Prefeitura substitui Prova São Paulo por Prova Brasil na avaliação da rede municipal de ensino

Prova São Paulo custou R$ 6 milhões à prefeitura em 2012, mas resultados não foram divulgados por “dúvidas na consistência dos dados”
Da Redação

Na última sexta-feira, 12, em encontro com prefeitos da Região Metropolitana de São Paulo, o prefeito Fernando Haddad (PT) anunciou o cancelamento da Prova São Paulo, que avaliava anualmente o desempenho dos alunos da rede pública municipal de ensino. De acordo com Haddad, a realização da Prova São Paulo desperdiçava recursos municipais, uma vez que a avaliação das escolas é feita preriodicamente pela Prova Brasil, ministrada pelo governo federal.
“Nos últimos dois anos de certa forma foram desperdiçados R$ 14 milhões porque os dados não puderam ser aproveitados por problemas metodológicos”, explicou o prefeito. “A avaliação do aluno é feita pela escola e a avaliação da escola deve ser feita externamente”, afirmou o prefeito.
Para Haddad, a avaliação do desempenho dos alunos individualmente é uma responsabilidade das escolas e não da Prefeitura. ‘A avaliação dos alunos se faz pela escola e não se pode misturar as duas coisas. Aliás, é um equívoco conceitual. Eu como ex-ministro da Educação posso dizer que quem está falando isso não entende nada de educação”, explicou Haddad.
Segundo a gestão municipal, haverá dois tipos de prova a partir de agora nas escolas municipais: as bimestrais (que não ocorrem atualmente) e as de diagnósticos (para verificar deficiências dos currículos), ambas aplicadas pela Secretaria Municipal de Educação.
“A avaliação deve ser feita em um período menor que o anual, no mínimo quatro vezes por ano e com notas”, defende Haddad.
Criada pelo ex-secretário municipal de Educação na gestão Kassab, Alexandre Schneider, a prova São Paulo custou R$ 6 milhões à prefeitura no ano passado. Entretanto, os resultados das avaliações de 2011 e de 2012 não foram oficialmente divulgados. Segundo a gestão Kassab, houve dúvidas quanto à “consistência dos dados obtidos”.