Procurador que criticou a PM de SP pode sair de cena

Vazamento de informações sobre investigação é o motivo do afastamento
Por Igor Carvalho

O procurador da República em São Paulo, Matheus Magnani, pode ser suspenso por 90 dias. O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) negou seu recurso que pedia a anulação de sua suspensão do Ministério Público Federal (MPF).
A suspensão pode tirar o procurador de cena em um momento conturbado no Estado de São Paulo. Na última quinta-feira (26), Magnani ameaçou entrar na Justiça requerendo a troca no comando da Polícia Militar de São Paulo, caso o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não o fizesse antes. O procurador é alvo, desde então, de críticas do governo.
Alckminn classificou a ação como “descabida” e pediu ao MPF que investigue o tráfico de drogas. “Produzimos laranja, cana, café, soja, milho. Não produzimos cocaína”, disse.
O motivo do processo contra o promotor foi uma entrevista coletiva concedida por Magnani em 2009, na qual explicou o cumprimento de mandados de busca e apreensão na sede da prefeitura de Guarulhos e no Grupo OAS. Na época, corria em sigilo uma operação da Polícia Federal que investigava um suposto superfaturamento nas obras do Complexo Viário do Rio Baquirivu. A pena inicial ao promotor era demissão, mas foi convertida em suspensão em audiência ocorrida em 19 de abril.