Ato e pedalada marcam um ano de fechamento do Cine Belas Artes

Manifestação no próximo sábado, 17, vai cobrar o tombamento do imóvel e a reabertura do cinema na Av. Paulista com a Rua da Consolação
Por Mario Henrique de Oliveira
O dia 17 de março marca um ano do fechamento do Cine Belas Artes, que funcionava desde 1967 na esquina da Av. Paulista com a Rua da Consolação. Desde então, os frenquentadores do local vem lutando pelo tombamento do imóvel, criando o Movimento pelo Cine Belas Artes (MBA). No próximo sábado, o eles organizam um ato com pedalada pela volta do espaço.
Os manifestantes irão se reunir a partir das 16 horas, em frente ao antigo cinema. Em seguida, os manifestantes farão uma Pedalada pelo Belas Artes a partir da Praça do Ciclista, às 18h.
O MBA entrou com pedido de tombamento do imóvel na Justiça, após o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) e do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) terem negado o pedido.
No dia 19 de dezembro, o juiz Jayme Martins de Oliveira, da 13ª Vara da Fazenda Pública, concedeu liminar determinando que o processo de tombamento fosse reaberto. O juiz afirmou que não foram realizados “procedimentos necessários e legais ao exame da qualidade cultural do imóvel”.
Ate a a decisão final dos órgãos, ficam impedidas quaiquer mudanças na estrutura do prédio.
Além do protesto no sábado, o MBA entregará uma carta ao governador Geraldo Alckmin e ao prefeito Gilberto Kassab, reivindicando a compra do imóvel pelo estado ou município. Segundo o movimento, há várias iniciativas nesse sentido. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o escritor Afonso Lima cita a compra de várias livrarias no Quartier Latin, pela prefeitura de Paris, para evitar que o bairro perdesse seu patrimônio cultural.
Os defensores do tombamento do Belas Artes também se baseiam na Constituição, inciso IV do artigo 126, que inclui as “edificações e demais espaços destinados às manifestações artísticos-culturais” entre os bens “que constituem o patrimônio cultural brasileiro”. Um manifesto de apoio ao retorno do espaço já foi assinado por mais de 20 mil pessoas.